Descobri pouco e pouco os ritmos do corpo,
os sons que te faziam estremecer,
os pequenos gestos, quase nada,
de onde nasciam nossos mundos
que ela mostrava,
Sempre doces.
Novas sensações que ela sabia nascidas agora do mais profundo de mim
e onde ela se sabia tirana e servil.
Fizemos amor.
Todo amor de nossos mundos.
Todo o amor que me transbordava da alma
e que nunca encontrara destino; meros fantasmas nos efêmeros orgasmos.
Nos amamos intensamente uma, duas e outra vez.
Nossos corpos se derramando em fluidos e gozo.
Agora o depois, já em descanso ficamos deitados olhando
com olhos doces para nossos corpos nus.
Nossos desejos que provados por nossos dedos,
nossas peles, sussurravam despudoradas,
em pequenas brincadeiras:
... Tens aqui um sabor diferente... e você.
... O que é isto?
Quase que chorávamos de tanto rir.
Nos beijamos de olhos cerrados, mais que fechados,
sentindo novamente todo o corpo efervescer.
Passamos nossas línguas pelos recantos secretos,
onde deuses do amor espreitam aos toques da pele.
E rimos mais...
Rimos como se quiséssemos esquecer as lágrimas amargas
que choraríamos na hora da despedida...
e nas semanas de ausência que seguiriam.
Mas nesse instante,
nesse mesmo momento em que nos entregávamos,
todo o mundo se acalmava, o tempo ficava suspenso.
Até o momento em que um ponteiro digital nos lembrava que o mundo
não espera pelos que se atrevem a desafia-lo e que permanecem
nos reinos dos deuses sem amor.
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